Serra de Montemuro: a terceira mais alta a sul do Douro e nas palavras do historiador Amorim Girão, " a mais desconhecida de Portugal". O nosso ponto mais alto deste dia gelado de prenúncio de neve, foram os 1356m e mais de 1100 de subidas acumuladas. A distância percorrida foram 23km em rota circular....Abençoados.
Desde a aldeia no sopé da encosta sul até perto do cume de Montemuro, são cerca 500m de desnível. Esta subida foi logo para aquecer porque o frio era muito. Á medida que ganhamos altitude não nos cansamos de olhar para trás e para as vistas fabulosas para o Caramulo, Açor, Estrela, São Macário, a aldeia sobranceira de Picāo e o Vale do Ribeiro da Carvalhosa por onde regressaríamos. Até Gredos se podia identificar. Maravilha.
em Gralheira almoçamos na bela praia fluvial e visitamos esta aldeia onde podémos confirmar com um local, que tínhamos trepado a Fraga da Pena, e segundo as suas palavras: "não é qualquer um que sobe lá". Pois não meu amigo, pois não. Um simpático e belo exemplar de cão de gado transmontano, escoltou-nos á saída, e lá fomos nós...
...pelos belos caminhos do planalto infinito até outra bela aldeia: Rossão. A área envolvente é muito bela. Lameiros, carvalhais, ribeiros... parece cenário de filmes. Só visto. Uma voltinha ao povoado e siga porque queremos chegar de dia.
Desde a Cruz de Rossão, assinalando o local de reunião do gado da transumância, começava a descida.
Em direção á última aldeia do dia: Carvalhosa. A luz do dia entrava agora na zona mágica, e bem a propósito porque a última etapa do dia iria deixarmos de queixo caído por tanta beleza e grandiosidade.
Por caminhos assinalados nas cartas militares fomos descendo até a aldeia e depois mergulhando nessa pérola que é o Vale do Ribeiro da Carvalhosa. Seguramente um dos mais belos pedaços de Portugal que tive o privilégio de calcar.
Já perto do fim a sombra cresce... O pano caía sobre esta aventura tão saborosa, fruto da cumplicidade de duas almas habituadas e apaixonadas. Não houve frio que arrefece-se tamanha gana de sempre descobrir novas paragens e dar a conhecer um país mágico que se eleva para lá da mundanidade das grandes zonas urbanas, plenas da ilusão de um conforto artificial e de uma medida de tempo...bem mais acelerada.
O desejo de cá voltar ficou acendido.
Abraço ao cúmplice habitual o Alberto Pereira, e às "nossas" mulheres.
Como nota final, reafirmo, que a quantidade de trilhos belíssimos construídos pelos antigos, merecia preservação e respeito. Ao invés disso sagra a moda de: o meu passadiço é maior que o teu, ou pontes suspensas a bater recordes. Estes trilhos estão bem integrados na paisagem, contém história e sāo um prazer de calcorrear. Neste dia foram abundantes e entre os mais belos que conhecemos.
Quanto às eólicas. Acabem lá com isso logo que possam e devolvam estes santuários à sua maior dignidade. Disse.
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